"Tempo"
"Tempo"O Tempo é um paradoxo que passa infinitamente devagar,
Enquanto ele ao mesmo tempo voa... Na ansiedade da dúvida, Sem saber por onde começar. O Tempo para, Para que sempre comece. Na ansiedade da pressa, De se doar à varias tarefas concomitantes. Ele acelera, Para que nunca alcance. Quando se vive como deveria, E se quer agradecer ao Tempo. O Tempo desaparece, De nada obrigado à voltar. Sempre brincando, Sempre cedendo. Nas escolas que são, Nossas escolhas diárias. Que eu me torne à sua imagem, Proveniente do senso desigual... De uma simples criatura fadada à renascer, Perante o imortal. A Solidão é um mestre de Capoeira chamado Tempo, Quero jogar com a minha sombra. Por mais que se insista com ela, Ele vai acabar te derrubando em uma rasteira. Por mais que se resista à ela, Ele acaba te consolando com uma chamada Para só então... Quando se abaixa a guarda... Te aguarda o chão e do chão não passa. Você só percebe que caiu ao tentar se levantar, Com um sorriso tímido de quem sabe seu lugar. Aprender à cair é fundamental, À quem quiser voar. Se aprende à cair voando, Só se pode voar sabendo. Que a superfície que desencadeia a reação, À quem quiser se aventurar pelos ares. É o chão, do pouso, do repouso e do impulso. Mesmo que se salte do trampolim, Situado no galho mais alto, Da árvore da consciência elementar. A árvore mais é, Uma extensão do chão arraigada, Em sua gravidade. Com o solo fértil que é o chão, Há árvore e salto. E sabemos se estamos voando ou caindo. De nada obrigado a voltar. |